A LÓGICA DA COMPREENSÃO DE WEBER
A partir de meados do século XVIII
alguns pensadores sentiram a necessidade de estudar predominantemente os fatos
ocorridos no bojo das sociedades; era, na verdade, a intenção de estruturar
cientificamente um estudo sobre o agir humano. O advento da Revolução
Industrial viria a somar com a proposta, visto que a partir de então os bens
materiais sobrepunha os demais.
Esse
pensamento chegou na Alemanha como um estopim a partir da Segunda metade do
século XIX..
Visto que o
processo de unificação alemã fora tardio as
interpretações da “evolução” social gerou interpretações distintas como os de
Durkheim (via o fato limitado) e as de Weber (tinha na ação de indivíduos uma
infinidade de fenômenos com a possibilidade de serem estudados).
Influenciado
pela reforma educacional alemã Max Weber (1864-1920) propôs uma metodologia
voltada para a ação social, baseada na compreensão da sociologia enquanto
externalizante do conhecimento por parte do investigador. Trata-se de um método
explicativo específico da sociologia. A proposta de Weber, na verdade, era que
por se tratar de uma ciência em que o homem é objeto do observador e também é
observado seria necessário diferenciá-la das demais ciências da natureza.
Quando se
trata da sociologia enquanto ciência explicativa e compreensiva é que surge o
valor da teoria weberiana. Muitas vezes Weber fora contestado sobre como fazer
ciência a partir da subjetividade. Para responder as indagações desse teor
defendia-se, baseado em alguns instrumentos que lhes não são próprios, como o
conceito de ação social. Para todos os efeitos, segundo Weber, as pessoas agem
a partir de uma razão, logo ele precisava explicá-las também. A ação humana tem
sua origem em um objetivo específico, em preservação a honra do seu ator, por
emoção ou para se preservar costumes; de acordo com a proposta do fenômeno o
tipo ideal (trataremos adiante) vem como agente de ligação entre a
subjetividade e a ciência.
Não se
trata de uma metodologia original de Weber, na verdade, Carl Menger bem antes
de Weber já tentava interpretar os fatos de forma “pura”, que viria dar
subsídios aos tipos ideais.
O sociólogo
interpretativo volta sua atenção à ação e não para os estados interiores ou
exteriores a partir da subjetiva intenção do agente, marcando assim, o agir social como objeto da
sociologia compreensiva. Inclusive a causalidade e o efeito da ação deve ser
analisada na perspectiva de algumas das razões já citadas. Podemos dizer com
isso que o objetivo da proposta weberiana era entender empaticamente os
processos intelectuais e o comportamento humano para se chegar a sociologia
interpretativa. Dizia Weber que “qualquer ciência que se ocupe do comportamento
humano, busca entendê-lo” e por conseguinte explicá-lo interpretativamente e a sua
progressão, mas para isso seria necessário dados da pessoa do agente sem
confundir o subjetivismo desse com o do investigador. Esses seriam elementos
primordiais da Sociologia Weberiana, pois é difícil externalizar a ação social
da individualidade.
Weber foi
muito contestado ao destacar a ação social enquanto método específico da
sociologia _ que contém inúmeros fenômenos e busca no seu agente as informações
necessárias _ com a finalidade de compreendê-la e, logo, explicá-la; chegou
mesmo a Ter sua teoria em pauta como tendenciosa à psicologia. Rebateu em 1909
afirmando se tratar de uma ciência racional em seus fundamentos e, novamente
falou dos tipos ideais.
Georg
Jellineh define tipo ideal como um
modelo de perfeição que se podia usar para avaliar os estados existentes
efetivamente. Acrescenta que as ciências sociais ocupam-se basicamente com o que é e não com o que deve ser.
Partindo do
ponto de que uma ação contenha inúmeros fenômenos (alguns camuflados) é
perceptível uma abstração carregada de exageros e, justamente, desse exagero
partiu Weber para uma ciência baseada no tipo ideal, originário da teoria econômica abstrata.
Projetar
uma progressão hipotética de comportamentos exteriores era o papel tático do
tipo ideal que Weber não os tinha como suporte temporário para um campo de
investigação imaturo. Esperava, ao contrário, que eles permanecessem como
aspectos permanentes das ciências culturais e sociais.
Segundo
Freund “(...) Weber rejeita a concepção antiga da ciência no sentido em que
esta esteja em condições de alcançar a substância das coisas para reuni-las em
um sistema completo, que seja o pensamento fiel de toda a realidade. A seu ver,
nenhum sistema é capaz de reproduzir integralmente a diversidade intensiva de
um fenômeno particular. Em suma, não existe
conhecimento não-hipotético”.
BIBLIOGRAFIA
COLLIOT THÉLENE,
Catherine. Max Weber e a História. São Paulo: Ed.
Brasiliense.
WEBER, Max :
Metodologia das ciências sociais, volume 1. Edição 4.
Campinas- SP: Editora Cartez(2001).
____________:
Metodologia das ciências sociais, volume 2. Edição 4.
Campinas-SP (2001).
Nenhum comentário:
Postar um comentário